terça-feira, 27 de maio de 2014

Biografia e Obras na Literatura

Mário de Andrade
Mário de Andrade nasceu no ano de 1893, em São Paulo. Professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico, formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, passando lecionar neste mesmo local posteriormente. Participou da Semana da Arte Moderna em São Paulo, sendo um dos maiores destaques junto com Oswaldo de Andrade.

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Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore, também passou por vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Mesmo sendo uma pessoa de muitas ocupações, sempre tinha um tempo para ajudar os escritores que não eram conhecidos.
Suas maiores virtudes eram: consciência artística e dignidade intelectual, sendo elas que ele jamais abandonará mesmo sabendo que a inteligência brasileira precisava de novas atualizações.
Os versos de Pauliceia Desvairada foi de sua autoria, sendo considerada o marco inicial da poesia no Brasil.
Algumas de suas frases:
"O passado é lição para refletir, não para repetir"

"Quando a alma fala, já não fala nada"

"Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir a lição"


Outras obras são: poesia, ‘Há uma gota de sangue em Cada Poema’; no romance, ‘Amar’; contos, ‘Primeiro Andar’; crônicas, ‘Os filhos da Candinha’, e ensaios, ‘A Escrava que não é Isaura’.
Conhecido por sua contribuição na criação de ideias inovadoras, Mário de Andrade morreu em São Paulo no ano de 1945.

Oswaldo de Andrade
Oswald de Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade. Formou-se em Direito pela faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato com os movimentos da vanguarda. Estudo jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no jornal humorístico 'O Pirralho' que ele mesmo fundou.

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Em 1916 lança a primeira redação do romance 'Memórias Sentimentais de João Miramar', romance que quebra toda a estrutura dos romances tradicionais.

"Papai estava doente na cama e vinha um carro e um homem e o carro ficava esperando no jardim
Levaram-me para uma casa velha que fazia doces e nos mudamos para a sala do quintal onde tinha uma figueira na janela.
No desabar do jantar noturno a voz toda preta da mamãe ia me buscar para a reza do Anjo que carregou me pai[...]."

Além de ter sido criador e principal divulgador da orientação 'primitivista', com 'O Pau-Brasil' e com a 'Antropofagia', Oswald escreveu os textos mais corrosivos da estética modernista. Sua participação ativa na Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa.

Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do modernismo "Manifesto Pau-Brasil". Explicando o nome do manifesto, o autor diz: 'Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-Brasil'.
Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas 'Pau-Brasil', que foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila e casa-se com a escritora e militante política Patr´cia Galvão, a Pagu. Em 1944 mais um casamento, com Maria Antonieta, com quem teve duas filhas e permanece casado até o fim de sua vida.
José Oswald de Sousa Andrade morreu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Manuel Bandeira
Manoel Carneiro de Souza Bandeira Nasceu dia 19 de abril de 1886 em Recife-Pernambuco. Filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Foi poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Ainda muito jovem Manoel Bandeira viajou junto com a família para o Rio de Janeiro, aonde estudou no colégio Pedro II. Em 1904 ingressou na Faculdade de arquitetura, em São Paulo. Mas largou o curso logo após de ter descoberto que tinha contraído Tuberculose. Voltou Para o Rio de Janeiro aonde buscou tratamento em clínicas climáticas em Teresópolis e Petrópolis.

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Mas sem, muito sucesso em 1913 viajou para Suíça, em busca da cura aonde permaneceu um ano no Sanatório de Chavadel. Aonde conheceu Paul Éluard um francês que mais tarde se tornaria um famoso poeta francês internado na mesma clínica de Bandeira. Paul coloca Manuel a par das inovações artísticas que estavam ocorrendo na Europa. Discute sobre o Verso livre na poesia. Que veio a fazer parte da poesia de Manuel bandeira, considerado o mestre do verso livre no Brasil.
Em 1917, publicou A Cinza das Horas, de nítida influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, lançou Carnaval, fazendo uso do verso livre. Já se mostrava um dos precursores da linha modernista, e Mário de Andrade o chamaria de "São João Batista do modernismo brasileiro". Apesar disso, em 1922, por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas, não participou diretamente da Semana de Arte Moderna. Mas mandou o poema “Sapos” que lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o teatro municipal de São Paulo.
No poema Bandeira se vale mais uma vez do verso livre, Vejamos:

Os Sapos


Enfunando os papos,

Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Manuel Bandeira vai cada vez mais se engajando no ideário modernista, publica em 1924 "O Ritmo Dissoluto", e em 1930 publica "Libertinagem", obra de plena maturidade modernista. No poema "Evocação do Recife" que integra a obra Libertinagem, ao mesmo tempo em que te matiza a infância, faz uma descrição da cidade do Recife, no fim do século XIX. Incorpora também vários temas ligados à cultura popular e ao folclore.Sempre achando que morreria primeiro, por causa da doença Manuel Bandeira, assistiu a morte da mãe, seu pai e sua irmã.
Manuel Bandeira faleceu dia 13 de Outubro de 1968.

Clarice Lispector

- Biografia


Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, no ano de 1925. Os Lispector imigraram da Rússia para o Brasil no ano seguinte, e Clarice nunca mais voltou à pequena aldeia. Fixaram-se em Recife, onde a escritora passou a infância. Clarice tinha 12 anos e já era órfã de mãe quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Entre muitas leituras, ingressou no curso de Direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Casou-se com um colega de faculdade em 1943. No ano seguinte publicava sua primeira obra: 'Perto do coração Selvagem'.
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A moça de 19 anos assistiu à perplexidade nos leitores e na crítica por escrever de uma forma tão diferente. Seguindo o marido, diplomata de carreira, viveu fora do Brasil por quinze anos. Dedicava-se exclusivamente a escrever. Separada do marido e de volta ao Brasil, passou a morar no Rio de Janeiro. Em 1976 foi convidada para representar o Brasil no Congresso Mundial de Bruxaria, na Colômbia. O convite foi aceito, pois sempre fora mística, supersticiosa, curiosa a respeito do sobrenatural. Em novembro de 1977 soube que sofria de câncer generalizado. No mês seguinte, na véspera de seu aniversário, morria em plena atividade literária e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.

-Obras


O objetivo de Clarice, em suas obras, é o de atingir as regiões mais profundas da mente das personagens para aí sonhar complexos mecanismos psicológicos. É essa procura que determina as características especificas de seu estilo.

São comuns em Clarice histórias sem começo, meio ou fim. Por isso, ela se dizia, mais que uma escritora, uma 'sentidora', porque registrava em palavras aquilo que sentia. Mais que histórias, seus livros apresentam impressões.
O espaço exterior também tem importância secundária, uma vez que a narrativa concentra-se no espaço mental das personagens. Características físicas das personagens ficam em segundo plano. Muitas personagens não apresentam sequer nome.
Para Clarice 'Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas. Mas voam faíscas em lascas como aços espelhados'. 'Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas'. 'Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo'.


"[...]Nada a retinha, nem o medo.
Más mesmo que agora se aproximasse a morte, mesmo a vileza, a esperança ou de novo a dor. Parara simplesmente. Estavam cortadas as veias que a ligavam as coisas vividas, reunidas num só bloco longínquo, exigindo uma continuação lógica, más velhas, mortas. Só ela própria sobrivivera, ainda respirando. E a sua frente um novo campo, ainda sem cor a madrugada emergindo. Atravessar ainda brumas para enxerga-lo. Não poderia recuar, não sabia por que recuar." Pg. 179 (Perto do coração selvagem). 

Fernando Pessoa
Conhecido mundialmente Fernando Pessoa foi um poeta, filósofo e escritor. Nasceu no dia 8 de junho de 1888 em Portugal, porém foi criado na África do Sul. Aos cinco anos de idade seu pai e seu irmão faleceram, essas perdas o influenciaram a criar poemas, e desde pequeno já demonstrará talento pela Literatura. Logo sua mãe se casa novamente e tem dois filhos, o fato de sua mãe ter de dividir a atenção, faz Pessoa se sentir isolado e cria momentos de reflexão. Alguns anos depois Fernando volta para Portugal e se matricula na escola de Letras, porém não permanece na escola e logo começa sua carreira de escritor.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa; Autopsicografia; 27 de Novembro de 1930 (1ª publ. in Presença, nº 36. Coimbra: Novembro 1932.)


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- Modernismo de Portugal

Fernando Pessoa foi um dos mais importantes representantes do Modernismo em Portugal , ele inovou o modo de criar seus poemas e participou da revista Orpheu que deu origem ao Modernismo Português. A maior parte dessa inovação foi a Idealização dos Heterônimos, que eram personagens que publicavam textos, porém não usavam o seu nome, ele criava nomes fictícios para os personagens como se fossem escritores, exemplos: Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. Havia pessoas que acreditavam nesses “escritores” como existentes .
Fernando entre outros foi um grande marco no Modernismo Português, suas principais obras foram: Ortonimo, Tabacaria entre muitos outros. Morreu em 30 de Novembro de 1935 vitima de Cirrose Empática.

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humildade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


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