terça-feira, 27 de maio de 2014

Biografia e Obras na Arte

Tarsila do Amaral


Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', em 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.


Sagrado Coração de Jesus
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Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu a pintora Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana da Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro de 1922) através das cartas da amiga Anita Malfatti.
Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswaldo de Andrade. Tarsila disse que entrou em contato com a arte modernista em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e em seguida Oswaldo foi encotrá-la.
Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros.
'Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...'
Essas cores tornaram-se uma das marcas da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora, folclore edo nosso povo. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil.
Além do tema e das cores, Tarsila trouxe a técnica do cubismo aprendida em Paris para os seus trabalhos. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O pescador', dentre outros. Ainda desta viagem a artista fez uma das suas melhores séries de desenho que inspirou Oswald no livro de poesias intitulado Pau-Brasil


Carnaval em Madureira
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São Paulo
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Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswaldo (em 1925, o pai de Tarsila conseguiu anular o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com o escritor). Washington Luis, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governado de São Paulo na época, foram os padrinhos deles. Depois do casamento o casal passou longas temporadas na fazenda de Tarsila onde recebiam os amigos modernistas.

-Antropofagia


Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswaldo de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro fantástico. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro. Valorizando o nosso país.

Outros exemplos de quadros desta fase dita Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.
A artista contou que o Abaporu era fruto de imagens do seu inconsciente, e tinha a ver com as histórias que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a critica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas não entendiam sua arte. Ainda neste ano em 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro, teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald, pois este a traiu com a estudante de 18 anos Patrícia Galvão, conhecida como Pagu.
Abaporu
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Sol Poente
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Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Lá, sensibilizou-se com a causa operária, pois foi ciceroneada por um amigo dos tempos de Paris, Serge Romoff, que mostrou a ela somente o lado bom do comunismo Na vota ao Brasil participou de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com seu namorado e foi presa por um mês. Depois deste episódio, terminou o relacionamento com Osório e nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela 'Operários', pioneira da temática social no Brasil. Desta fase, temos também a tela 'Segunda Classe' e outras que podemos atribuir ao social, mas com menos destaque como 'Costureiras' e 'Orfanato'.
Operários 
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Em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luis Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. O romance durou 18 anos.
Em 1950, ela voltou com a temática do pau Brasil com a tela 'Fazenda'. Outras telas desta fase são 'Vilarejo com ponte e mamoeiro', ' Povoação I' e 'Porto I'. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis. As duas meninas faleceram.
Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de veneza em 1964. Em 1969, a doutora e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de pintura'. Sua filha faleceu antes dela, e 1966. Tarsila faleceu em janeiro de 1973.

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